Vitorino, funcionário de um ministério, decidiu passar a Quaresma sem fumar. Pareceu-lhe que seria uma boa maneira de 'ganhar' o Céu. E foi cumprindo, dia após dia, embora com muito custo. A esposa, muito paciente, foi notando que ele se tornava cada vez mais insuportável.
Quando chegou à noite da Segunda-feira Santa, já com a Quaresma prestes a terminar, deitou-se mais uma vez nervoso e de mau-humor. Exclamou:
- Esta noite não vou conseguir dormir!
A esposa, pacientemente, não o contradisse:
- Não vamos dormir, nem tu nem eu!
Ao longo da Quaresma, este homem, de facto, não fumou mas foi ficando cada vez mais azedo.
Entretanto, a sua esposa ia tendo cada vez mais paciência para o aturar.
Pouco tempo depois da Páscoa, o homem teve uma síncope cardíaca e foi bater à porta do Céu.
Quando chegou, São Pedro levou-o para um modesto lugar junto da porta. O homem resmungou:
- Então andei uma Quaresma inteira sem fumar e fico aqui num dos piores lugares?
São Pedro voltou a consultar o ficheiro e disse:
- Vitorino: Aqui está a tua ficha. Nela está escrito: «Tem uma esposa santa; aguentou o seu marido sem fumar a Quaresma inteira»".
in Juvenil, n.º 535, Março 2010.
Bonito.
ResponderEliminarConclusão se deixamos um vicio e o vamos substituir por outro as coisas complicam-se pois é !...
Abraço amigo
Utilia
E por outro lado, a certeza que não é o cmprimento exterior de um rito, de uma tradição que nos faz melhores, mas a verdadeira conversão, permanente, persistente, que me leve a modificar comportamentos.
ResponderEliminarPor exemplo, na Quaresma, por vezes, para alguns, ou para todos nós, parece cingir-se ao cumprimento de uma exigência, não comer determinada alimento, quando o mais importante será sempre o fazer o bem.
Se eu cumpro as tradições mas continuo com os mesmos vicíos, com o mesmo rancor, de que me adianta jejuar?
Obrigado. Saudações fraternas n'Aquele que nos salva